Exercite o português
terça-feira, 31 de março de 2020
Sufixos
Sufixos que formam nomes de ação
-ada - caminhada | -ez(a) - sensatez, beleza |
-ança - mudança | -ismo - civismo |
-ância - abundância | -mento - casamento |
-ção - emoção | -são - compreensão |
-dão - solidão | -tude - amplitude |
-ença - presença | -ura - formatura |
Sufixos que formam nomes de agente
-ário(a) - secretário
-eiro(a) - ferreiro
-ista - manobrista
-or - lutador
-nte - feirante
-eiro(a) - ferreiro
-ista - manobrista
-or - lutador
-nte - feirante
Além dos sufixos acima, tem-se:
-aria - churrascaria
-ário - herbanário
-eiro - açucareiro
-il - covil
-or - corredor
-tério - cemitério
-tório - dormitório
-ário - herbanário
-eiro - açucareiro
-il - covil
-or - corredor
-tério - cemitério
-tório - dormitório
Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção
-aço - ricaço
-ada - papelada
-agem - folhagem
-al - capinzal
-ame - gentame
-ada - papelada
-agem - folhagem
-al - capinzal
-ame - gentame
-ario(a) - casario, infantaria
-edo - arvoredo
-eria - correria
-io - mulherio
-ume - negrume
-edo - arvoredo
-eria - correria
-io - mulherio
-ume - negrume
Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência
-ite | bronquite, hepatite (inflamação) |
-oma | mioma, epitelioma, carcinoma (tumores) |
-ato, eto, ito | sulfato, cloreto, sulfito (sais) |
-ina | cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais) |
-ol | fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto) |
-ite | amotite (fósseis) |
-ito | granito (pedra) |
-ema | morfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística) |
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples) |
Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos
-ismo
budismo
kantismo
comunismo
budismo
kantismo
comunismo
Sufixos Formadores de Adjetivos
a) de substantivos
-aco - maníaco
-ado - barbado
-áceo(a) - herbáceo, liláceas
-aico - prosaico
-al - anual
-ar - escolar
-ário - diário, ordinário
-ático - problemático
-az - mordaz
-engo - mulherengo
-enho - ferrenho
-eno - terreno
-udo - barrigudo
-ento - cruento
-eo - róseo
-esco - pitoresco
-este - agreste
-estre - terrestre
-ício - alimentício
-ico - geométrico
-il - febril
-ino - cristalino
-ivo - lucrativo
-onho - tristonho
-oso - bondoso
-ado - barbado
-áceo(a) - herbáceo, liláceas
-aico - prosaico
-al - anual
-ar - escolar
-ário - diário, ordinário
-ático - problemático
-az - mordaz
-engo - mulherengo
-enho - ferrenho
-eno - terreno
-udo - barrigudo
-ento - cruento
-eo - róseo
-esco - pitoresco
-este - agreste
-estre - terrestre
-ício - alimentício
-ico - geométrico
-il - febril
-ino - cristalino
-ivo - lucrativo
-onho - tristonho
-oso - bondoso
b) de verbos
Sufixo
|
Sentido
|
Exemplos
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-(a)(e)(i)nte
|
ação, qualidade, estado
|
semelhante, doente, seguinte
|
-(á)(í)vel
|
possibilidade de praticar ou sofrer uma ação
|
louvável, perecível, punível
|
-io, -(t)ivo
|
ação referência, modo de ser
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tardio, afirmativo, pensativo
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-(d)iço, -(t)ício
|
possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, referência
|
movediço, quebradiço, factício
|
-(d)ouro,-(t)ório
|
ação, pertinência
|
casadouro, preparatório
|
Sufixos verbais
Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos.
Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo da terminação-ar. Exemplos:
esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.
Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. Veja:
-ar: cruzar, analisar, limpar
-ear: guerrear, golear
-entar: afugentar, amamentar
-ficar: dignificar, liquidificar
-izar: finalizar, organizar
-ear: guerrear, golear
-entar: afugentar, amamentar
-ficar: dignificar, liquidificar
-izar: finalizar, organizar
Observe este quadro de sufixos verbais:
Sufixo
|
Sentido
|
Exemplo
|
-ear
|
frequentativo, durativo
|
cabecear, folhear
|
-ejar
|
frequentativo, durativo
|
gotejar, velejar
|
-entar
|
factitivo
|
aformosentar, amolentar
|
-(i)ficar
|
factitivo
|
clarificar, dignificar
|
-icar
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frequentativo-diminutivo
|
bebericar, depenicar
|
-ilhar
|
frequentativo-diminutivo
|
dedilhar, fervilhar
|
-inhar
|
frequentativo-diminutivo-pejorativo
|
escrevinhar, cuspinhar
|
-iscar
|
frequentativo-diminutivo
|
chuviscar, lambiscar
|
-itar
|
frequentativo-diminutivo
|
dormitar, saltitar
|
-izar
|
factitivo
|
civilizar, utilizar
|
Radicais gregos e latinos
Radicais e prefixos Gregos
Lista de alguns dos principais radicais e prefixos gregos:
Radicais latinos:
Radical | Sentido | Exemplo |
acro | alto, elevado | acrobata |
aero | ar | aeronáutica |
agogo | o que conduz | pedagogo |
algia | dor | nevralgia (nervo + dor) |
amaxo | carro | amaxofobia (carro + aversão) |
andro | homem | andróide |
antropo | homem | antropologia |
arcaio/ arqueo | antigo | arqueologia |
arquia | governo | monarquia |
auto | por si mesmo | automóvel |
biblio | livro | biblioteca |
bio | vida | biologia |
caco | mau | cacofonia |
cali | belo | caligrafia |
cardio | coração | cardiologista |
cefalo | cabeça | acéfalo (ausência + cabeça) |
cloro | verde | clorofila |
cosmo | mundo | cosmonauta |
crono | tempo | cronômetro |
demo | povo | demagogo |
derma | pele | dermatologia |
filo | amigo | filosofia |
fobia | medo/aversão | acrofobia |
fone | som/voz | telefone |
gamia | casamento | poligamia |
gastro | estômago | gastrologia |
grafo | escrever/descrever | datilografia |
hidro | água | hidrofobia |
hipo | cavalo | hipódromo |
lito | pedra | aerólito |
mancia | adivinhação | quiromancia |
metro | medida | hidrômetro |
morfo | forma | morfologia |
necro | morte | necrotério |
neo | novo | neologismo |
oligo | poucos | oligarquia |
ped | criança | pediatra |
pleo | cheio | pleonasmo |
poli | cidade | acrópole |
proto |
primeiro
| protótipo |
pseudo | falso | pseudônimo |
psico | alma | psicologia |
rizo | raiz | rizotônico |
sofia | sabedoria | filosofia |
taqui | rápido | taquicardia |
teo | deus | teologia |
topo | lugar | topologia |
xeno | estranho, estrangeiro | xenofobia |
zoo | animal | zoologia |
Prefixos de origem grega:
Prefixo | Sentido | Exemplo |
a-, an- | negação | ateu, anarquia |
ana- | inversão | anagrama |
anfi- | duplicidade | anfíbio |
anti- | ação contrária | antipatia |
apo- | separação | apóstata |
arque-, arqui-, arce- | superioridade | arquétipo, arcebispo |
cata | movimento para baixo | cataclismo |
dia- | movimento através | diagonal |
dis- | dificuldade | dispnéia |
e-, en- | posição interna | elipse, encéfalo |
ec-, ex- | posição superior, movimento para fora | eclipse, exorcismo |
endo- | posição interior | endoscopia |
epi- | posição superior | epitáfio, epiderme |
eu- | bem, bom | eufemismo |
hiper- | excesso, posição superior | hipertensão |
hipo- | deficiência | hipodérmico |
meta- | mudança, transformação | metamorfose, metáfora |
para- | ao lado de, proximidade | paralelo |
peri- | em torno de | perímetro |
pro- | anteriormente | prólogo, prognóstico |
sin- | simultaneidade | simpatia, sincrônico |
Fonte:
SILVA, Marina Cabral da. "Radicais e Prefixos gregos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/radicais-prefixos-gregos.htm. Acesso em 31 de março de 2020.
quarta-feira, 25 de março de 2020
FONÉTICA E FONOLOGIA
2)

Analise as afirmações
relacionadas a "Às vezes, o rei concede ao prisioneiro redução da pena por
bom comportamento".
I. A fala expressa-se por meio de
uma frase, um período composto e duas orações.
II. O fonema /z/ aparece
representado por duas letras diferentes.
III. O fonema /s/ aparece
representado por uma mesma letra.
Está(ão) correta(s)
A) apenas I.
B) apenas lI.
C) apenas III.
D) apenas I e II.
E) apenas I e III.
3) Renúncia (Manuel Bandeir
Chora de manso e no íntimo...
Procura
Curtir sem queixa o mal que te
crucia:
O mundo é sem piedade e até riria
Da tua inconsolável amargura.
Só a dor enobrece e é grande e é
pura.
Aprende a amá-la, que a amarás um
dia.
Então ela será tua alegria,
E será, ela só, tua ventura...
A vida é vã como a sombra que
passa...
10
Sofre sereno e d’ alma sobranceira
Sem um grito sequer, tua desgraça.
Encerra em ti tua tristeza
inteira,
E pede humildemente a Deus que a
faça
Tua doce e constante
companheira...
(Poesia Completa e Prosa. Cia.
José Aguilar Editora, Rio de Janeiro, 1967)
Analisando foneticamente algumas
palavras do texto acima, é possível reconhecer como adequada a afirmação no
sentido de que
A) na palavra "queixa", encontramos um tritongo e
uma letra diacrítica.
B) no vocábulo "inconsolável", existem dois
dígrafos vocálicos.
C) em "sobranceira", existe um ditongo oral
crescente.
D) em "sequer", o "u" é letra
etimológica.
E) em "Deus", há duas vogais formando um hiato.
4) LUA ADVERSA
(Cecília Meireles)
Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
Tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm
No secreto calendário
Que um astrólogo arbitrário
Inventou para meu uso.
E roda a melancolia
Seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
Não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
O outro desapareceu.
(Vaga Música. Aguilar Editora,
Rio de Janeiro, 1972)
A afirmação que os estudos
fonéticos ratificam , a partir de palavras do texto acima, é
A) Em "um" , há um ditongo fonético
B) Em "alguém", existe um ditongo crescente oral.
C) Em "meu", há ditongo crescente nasal
D) Em "perdição", existe um ditongo decrescente
nasal.
E) Em "não" e "dia", existem hiatos.
5)
Business Intercontinental da Iberia.
Mais
espaço entre as poltronas.
Viajar virou sinônimo de relaxar. Principalmente quando você tem à sua
disposição uma poltrona de design ergonômico com maior capacidade para reclinar
e 132 cm de espaço entre a sua poltrona e a da frente. Além disso, você conta
com mais de 300 salas VIP em aeroportos no mundo todo e pode acumular e
utilizar pontos no seu programa de milhagens voando com qualquer linha aérea da
aliança oneworld. Sorria.
Assinale a única opção correta,
de acordo com a sequência a seguir: ditongo decrescente – ditongo
crescente – hiato – dígrafo
A) virou – seu – aeroportos - quando.
B) seu – virou – voando – aliança.
C) virou – quando – aliança – pontos.
D) sua – seu – aeroportos – poltrona.
E) qualquer – seu – aliança – com.
6) ANEDOTA BÚLGARA
Era uma vez um czar naturalista
Que caçava homens.
Quando lhe disseram que também se
caçam
[borboletas e andorinhas,
ficou muito espantado
e achou uma barbaridade.
(Carlos
Drummond de Andrad
Sobre os componentes gráficos ou
fonéticos relativos a palavras constantes dos versos de Drummond, é possível
identificar
A) a letra "u" com o mesmo valor fonético em todos
os vocábulos em que aparece.
B) o mesmo número de fonemas, em "borboletas" e
"andorinhas"
C) um mesmo fonema, no vocábulos "czar" e
"que".
D) o fonema /s/, sempre com a mesma representação gráfica.
E) a letra "h", em "homens", considerada
diacrítica.
7)
Na interrogação formulada
na tira acima, é possível inferir que o falante
A) desconhece elementos gramaticais dó âmbito da
sintaxe.
B) não sabe utilizar corretamente um fonema da língua
portuguesa.
C) confunde-se com a representação gráfica de um
fonema.
D) manifesta uma dúvida inconcebível dentro do sistema
gráfico da língua.
E) ignora de modo absoluto regras simples do campo da
morfologia.
8) Qual o jeito correto de
pronunciar Roraima?
Por Marina Bessa
“Roráima” ou “Rorâima”, como você
preferir. É que, segundo os linguistas, as regras fônicas de uma palavra são
regidas pela língua falada. Portanto, não há certo ou errado. Há apenas a
maneira como as pessoas falam.
O que se observa na língua
portuguesa falada no Brasil é que sílabas tônicas que vêm antes de consoantes
nasalizadas (como “m” ou “n”) também se nasalizam (aperte o seu nariz e repita
a palavra cama. Sentiu os ossinhos vibrarem? É a tal nasalização). Por isso, a
gente diz “cãma” – o “ca” é a sílaba tônica e o “m” é nasalizado. Se a sílaba
que vier antes dessa mesma consoante não for uma sílaba tônica, a pronúncia
passa a ser opcional: você escolhe – “bánana” ou “bãnana”.
No caso de Roraima, a sílaba problemática
(“ra”) é tônica e vem antes do “m”. Mas aí entra em cena o “i”, que acaba com
qualquer regra. A mesma coisa acontece com o nome próprio Jaime: tem gente que
nasaliza, tem gente que não. Então, fique tranquilo: se você sempre falou
“Rorâima”, siga em frente – ninguém pode corrigi-lo por isso. No máximo, você
vai pagar de turista se resolver dar umas voltas por lá – os moradores do
estado, não adianta, são unânimes em falar “Roráima”.
Disponível em:
<super.abril.com.br/cultura/qual-jeito-corretopronunciar-roraima-447648.shtml>.
Indique a alternativa FALSA em
relação ao texto.
A) As palavras andaime e Elaine são exemplos que comprovam
que a presença do “i” acaba com a regra para explicar o fenômeno, conforme
mencionado no segundo parágrafo.
B) Nas entrelinhas, o texto mostra que a variação na
pronúncia dos sons que compõem as palavras do vocabulário é um fenômeno próprio
das línguas.
C) O título do texto induz o leitor a esperar uma resposta
que exclua uma das possibilidades de pronúncia, mas essa expectativa acaba
sendo contrariada.
D) A pronúncia da primeira sílaba da palavra camareira pode
ou não ser nasalizada, pelo mesmo motivo que justifica o fato com a palavra
banana.
E) Pela regra apresentada no segundo parágrafo, pode-se
deduzir que as palavras Ana, pano e cano são sempre pronunciadas com a primeira
vogal nasalizada.
9) Leia o poema de Carlos
Drummond de Andrade.
LAGOA
Eu não vi o mar.
Não sei se o mar é bonito,
não sei se ele é bravo.
O mar não me importa.
Eu vi a lagoa.
A lagoa, sim.
A lagoa é grande
e calma também.
Na chuva de cores
da tarde que explode
a lagoa brilha
a lagoa se pinta
de todas as cores.
Eu não vi o mar.
Eu vi a lagoa...
Observe as frases:
"Eu não vi o mar".
"Eu não vi Omar".
Evidentemente, a segunda frase
não caberia no poema pela construção semântica "mar × lagoa". No
entanto, tomado o verso fora do contexto do poema, o seu entendimento poderia
ser prejudicado. Isso decorre do fato de:
A) a construção frasal ser semelhante, apesar de haver
diferenciação na pronúncia das palavras.
B) haver uma coincidência na seleção de fonemas entre as
duas frases, o que leva à idêntica pronúncia.
C) não haver equivalência entre os fonemas de ambas as
frases, o que as torna bastante ambíguas.
D) haver duas unidades linguísticas (o mar) sendo retomadas por
uma (Omar) de pronúncia diferente.
E) haver diferença na quantidade de letras nas duas frases,
mas equivalência de fonemas entre elas.
10) Chapeuzinho Vermelho e o lobo
Pois é! Estava 1eu em 2minha casa, pois, como sabem, a mata é a única casa que
4tenho, quando vi uma menina 6branquela e com horroroso 10chapeuzinho vermelho
caminhando 8displicentemente e levando uma sacola debaixo do braço. “Puxa, bem
que será capaz de atirar copos e garrafas plásticas sem cuidado na minha mata e
5devo adverti-la para que tenha cuidado e respeito ao meio 13ambiente”. Assim
pensando, dirigi-me à garota. Esta, entretanto, ao 3me ver, gritou horrorizada:
— Meu Deus! Meu Deus! Um terrível 17lobo. E, em desespero, nem deu tempo para
explicação e saiu correndo em disparada.
Fiquei sinceramente ofendido, magoado mesmo, mas refleti: “É ainda uma criança,
nada 12sabe sobre a beleza animal e de nada adiantarão meus ecológicos
conselhos”. Deduzindo que por certo iria 11até a casa da velhota lá perto do
riacho, cortei caminho e me antecipei, tentando argumentar com sua avó adulta.
Foi inútil. Esta, ao me ver, gritou com igual 14pavor e já ia avançando sobre a
espingarda, quando, em último recurso, tive de devorá-la. Aí pensei: “Se a
garota chega e me encontra em meus trajes habituais, por certo vai continuar a
me ofender e não me dará ouvidos”. Foi por esse motivo que, 9depressa, vesti as
roupas da velha e cobri-me em sua cama.
Pois não é que a menina, assim que me viu e pensou ser a avó, continuou sua
sessão de ofensas e desmoralizações. Foi logo dizendo:
— Meu Deus, 15vovó, como seus olhos estão 7horrorosos...
Essa dura crítica mexeu com minha autoestima e ofendeu-me até a última gota de
sangue. Sei que não tenho os olhos de Brad Pitt, mas ainda assim lutei contra a
revolta e, com doçura, argumentei:
— São para melhor enxergá-la, meu amor...
Foi inútil essa demonstração de 16afeto. A garotinha continuou a escandalizar
meus ouvidos, minha respiração, meus sentimentos, até o limite máximo da
tolerância, quando, esmagado por tantas ofensas, devorei-a também.
O final da história 18vocês conhecem... veio o caçador, abriu-me a barriga,
salvando a Chapeuzinho e a avó e aqui me largando ensanguentado e à morte. Tudo
em nome da ecologia! Não é um absurdo?
ANTUNES, Celso. Casos, Fábulas,
Anedotas ou Inteligências, capacidades, competências. Petrópolis: Vozes, 2003.
p. 51-52. (adaptado)
Segundo estudiosos da
gramática da língua portuguesa, em quase todo território brasileiro, e e o
átonos, em final de palavra, correspondem, respectivamente, aos fonemas /i/ e
/u/. Esse fenômeno é conhecido como redução da vogal. Entretanto, se e e o
forem tônicos, o fenômeno da redução não ocorre (FARACO e MOURA, 2003). A
alternativa em que ambas as palavras, no contexto em que foram usadas,
apresentam condições para a ocorrência do fenômeno redução da vogal é
A) “vermelho” (ref. 10) e “displicentemente” (ref. 8).
B) “até” (ref. 11) e “sabe” (ref. 12).
C) “ambiente” (ref. 13) e “pavor” (ref. 14).
D) “vovó” (ref. 15) e “afeto” (ref. 16).
E) “lobo” (ref. 17) e “vocês” (ref. 18).
11) Dia da Proclamação da
República
Há exatos 125 anos, em 15 de
novembro de 1889, foi proclamada a república do Brasil.
Na época, o país era governado
por D. Pedro II e passava por grandes problemas, em razão da abolição da
escravidão, em 1888.
Como os negros não trabalhavam
mais nas lavouras, os imigrantes começaram a ocupar seus lugares, plantando e
colhendo, mas cobravam pelos trabalhos realizados, o que gerou insatisfação nos
proprietários de terras.
As perdas também foram grandes
para os coronéis, pois foi gasta uma enorme quantidade de dinheiro investindo
nos escravos, e o governo, após a abolição, não pagou nenhuma indenização a
eles.
A guerra do Paraguai (1864 a
1870) também ajudou na luta contra o regime monárquico no Brasil. Soldados
brasileiros se aliaram aos exércitos do Uruguai e da Argentina, recebendo
orientações para implantarem a república no Brasil.
Os movimentos republicanos também
já aconteciam no país, a imprensa trazia politização para a população civil,
para lutarem pela libertação do país dos domínios de Portugal. Com isso, vários
partidos teriam sido criados, desde 1870.
A Igreja também teve sua
participação para que a república do Brasil fosse proclamada. Dois bispos foram
nomeados para acatarem as ordens de D. Pedro II, tornando-se seus subordinados,
mas não aceitaram tais imposições. Com isso, foram punidos com pena de prisão.
Com as tensões aquecendo o
mandato de D. Pedro II, o imperador dirigiu-se com sua família para a cidade de
Petrópolis, também no estado do Rio de Janeiro.
Porém seu afastamento não foi
nada favorável, fazendo com que fosse posto em prática um golpe militar, onde o
Marechal Deodoro da Fonseca conspirava a derrubada de D. Pedro II.
Boatos de que os responsáveis
pelo plano seriam presos fizeram com que a armada acontecesse, recebendo o
apoio de mais de seiscentos soldados.
No dia 15 de novembro de 1889, ao
passar pela Praça da Aclamação, o Marechal, com espada em punho, declarou que,
a partir daquela data, o país seria uma república.
Dom Pedro II recebeu a notícia de
que seu governo havia sido derrubado e um decreto o expulsava do país,
juntamente com sua família. Dias depois, voltaram a Portugal.
Para governar o Brasil República,
os responsáveis pela conspiração montaram um governo provisório, mas o Marechal
Deodoro da Fonseca permaneceu como presidente do país. Rui Barbosa, Benjamin
Constant, Campos Sales e outros foram escolhidos para formar os ministérios.
(FONTE: Jussara de Barros,
http://www.brasilescola.com-Texto Adaptado)
Sobre a palavra
quantidade, afirma-se que:
A) Tem o mesmo número de letras e de fonemas.
B) Tem um dígrafo vocálico.
C) Possui um encontro consonantal.
D) Possui dois dígrafos.
E) Tem oito fonemas.
12) A lenda da mandioca (lenda
dos índios Tupi)
Nasceu uma indiazinha linda, e a
mãe e o pai tupis espantaram-se:
– Como é 7branquinha 1esta
criança!
E era mesmo. Perto dos outros
curumins da taba, parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani. Mani era
2linda, 8silenciosa e 3quieta. Comia 4pouco e pouco bebia. Os pais
preocupavam-se.
– Vá brincar, Mani, dizia o pai.
– Coma um 5pouco mais, dizia a
mãe.
Mas a menina continuava quieta,
cheia de sonhos na cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma bela
manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas a
menina. Mas não atinava com o que tinha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas,
deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.
E sorrindo, Mani morreu. Os pais
a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era
costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia
perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.
– Que planta será esta?
Perguntaram, admirados. Ninguém a conhecia.
– É melhor deixá-la crescer,
resolveram os índios.
E continuaram a regar o 9brotinho
mimoso. A planta desconhecida crescia depressa. 6Poucas luas se passaram, e ela
estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno.
– A terra parece fendida,
comentou a mãe de Mani.
– Vamos cavar?
E foi o que fizeram. Cavaram
pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos
curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá
estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia
uma nova planta!
– Vamos chamá-la 10Mani-oca,
resolveram os índios.
– E, para não deixar que se
perca, vamos transformar a planta em alimento!
Assim fizeram! Depois, fincando
outros ramos no chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. Até hoje entre
os índios do Norte e Centro do Brasil é este um alimento muito importante.
E, em todo Brasil, quem não gosta
da plantinha misteriosa que surgiu na casa de Mani?
Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de.
Lendas brasileiras, n. 7, 2. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1977.
(adaptado)
Considerando princípios
ortográficos, fonológicos e morfológicos da língua portuguesa, considere as
afirmativas a seguir.
I. Se inserido acento na sílaba
final de “esta” (ref. 1), altera-se a tonicidade, mas mantém-se inalterada a
classe de palavra.
II. Em “linda” (ref. 2), assim
como em “quieta” (ref. 3), verifica-se ocorrência de um fonema representado por
duas letras.
III. Diferentemente de “pouco”
(refs. 4 e 5), a palavra “Poucas” (ref. 6), flexiona-se para concordar com o
nome que a acompanha.
As afirmativas corretas são
A) apenas I.
B) apenas II.
C) apenas I e III.
D) apenas II e III.
E) I, II e III.
13) Dígrafo é o grupo de duas
letras formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma vogal com uma
semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Nas palavras “também” e “ontem”,
observa-se que há, para cada palavra, respectivamente,
A) dígrafo – dígrafo/dígrafo – dígrafo.
B) ditongo nasal – ditongo nasal/ditongo nasal – ditongo
nasal.
C) dígrafo – ditongo nasal/ditongo nasal – dígrafo.
D) ditongo nasal – dígrafo/dígrafo – ditongo nasal.
E) dígrafo – ditongo nasal/dígrafo – ditongo nasal.
16) LUNIK 9 ( Gilberto Gil)
Lá se foi o homem Conquistar os
mundos Lá se foi Lá se foi buscando A esperança que aqui já se foi Nos jornais,
manchetes, sensação Reportagens, fotos, conclusão: A lua foi alcançada afinal
Muito bem Confesso que estou contente também
A mim me resta disso tudo uma tristeza só Talvez não tenha mais luar Pra
clarear minha canção O que será do verso sem luar? O que será do mar Da flor,
do violão? Tenho pensado tanto, mas nem sei
Poetas, seresteiros, namorados, correi É chegada a hora de escrever e
cantar Talvez as derradeiras noites de luar
O confronto entre as
palavras “seresteiros” e “derradeiras”, presentes na última estrofe da
composição acima, mostra-nos que o conceito de letra é diferente do
conceito de fonema porque
A) ambas as palavras têm 11 letras, mas
"derradeiras" tem um fonema a menos.
B) ambas as palavras têm 11 letras, mas
"seresteiro" tem um dígrafo, e "derradeira" não.
C) em função do dígrafo consonantal “rr”,
"derradeira" tem um fonema a mais.
D) é diferente o valor fonético do fonema /r/, nas
duas palavras.
E) embora nas duas palavras o número de fonemas seja o
mesmo, o de letras não é.
Gabarito
2) Resposta: B
Gabarito Comentado:
O fonema /z/ aparece representado pela letra z (vezes) e
pela letra s (prisioneiro).
3) Resposta: B
Gabarito Comentado:
Os dígrafos vocálicos são "in" e "on".
Não há tritongo em "queixa". O ditongo em "sobranceira" é
decrescente. O "u" em "sequer" é letra diacrítica. Em
"Deus", há um ditongo, e não um hiato.
4) Resposta: D
Gabarito Comentado:
A representação fonética, no caso, é /perdisãw /, na qual ,
pela ordem, temos uma vogal ( /ã/ ) e uma semivogal ( /w/ ).
5) Resposta: C
Gabarito Comentado:
Veja a representação fonética, que justifica a
resposta: /virow/ , /kwâdo /, /aliãnsa/ , /põtos/
6) Resposta: C
Gabarito Comentado:
Trata-se do fonema /k/ , existente em /kzar/ e /ke/.
A letra "u" não tem o mesmo valor fonético: é
letra diacrítica em "que", vogal oral em "uma",
semivogal em "achou" etc.
"Borboletas" tem 10 fonemas e
"andorinhas" tem 8 (possui 2 dígrafos).
O fonema /s/ apresenta-se representado graficamente por
"s" , "ç" e "ss" (naturalista, caçava e
disseram).
A letra "h" não é diacrítica, é etimológica.
7) Resposta: C
Gabarito Comentado:
O falante , em uma dúvida razoável (e não inconcebível) ,
não sabe se, na palavra "jiboia", o fonema /j/ é representado
graficamente pela letra "g" ou pela letra "j".
Não se trata de assunto relativo à sintaxe ou à morfologia
da língua.
O falante utiliza corretamente o fonema, pois pronuncia
adequadamente a palavra: desconhece a letra a empregar.
8) Resposta: A
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra A.
A menção à presença do “i”, responsável por acabar com
“qualquer regra”, é feita no terceiro parágrafo.
9) Resposta: B
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra B.
Como há uma coincidência entre os fonemas, a pronúncia passa
a ser idêntica nos dois casos. A cacofonia permite essa coincidência.
10) Resposta: A
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra A.
Nas palavras “até”, “pavor”, “vovó” e “vocês” das alternativas
[B], [C], [D] e [E], respectivamente, não ocorre o fenômeno de redução da
vogal, pois os fonemas e e o são tônicos. A única alternativa em que a redução
acontece é [A]: “vermelho” e “displicentemente”.
11) Resposta: B
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra B.
As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois a palavra
“quantidade”
[A] apresenta 10 letras e 9 fonemas;
[C] possui encontro vocálico crescente nasal (quantidad;
[D] possui apenas um dígrafo (quantidad;
[E] tem 9 fonemas.
12) Resposta: D
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra D.
[I] Falsa. “Esta” é um pronome demonstrativo; caso a palavra
seja acentuada na sílaba final, encontra-se “está”: alteram-se a tonicidade
(passa de paroxítona à oxíton e a classe de palavra (passa de pronome
demonstrativo a verbo).
[II] Verdadeira. Em “linda”, as letras “i” e “n”
correspondem a um fonema: / i /, ou seja, ocorre a nasalização do “i”, formando
um dígrafo vocálico. Já em “quieta”, as letras “q” e “u” correspondem a um
fonema: /k/, ou seja, forma-se um dígrafo consonantal.
[III] Verdadeira. Há diferentes classes de palavras sendo
comparadas: “pouco” é um advérbio de intensidade tanto na referência 4 como na
5; já “poucas” é um pronome indefinido, motivo pelo qual concorda com o
substantivo “luas”.
13) Resposta: E
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra E.
Os dígrafos vocálicos são formados por uma vogal seguida
pelas letras M ou N, pois permitem que as vogais tenham um fonema com
articulação nasalada, como acontece na primeira sílaba das palavras “também” e
“ontem”. No entanto, os encontros entre as letras AM ou EM podem não ser
dígrafos, pois sempre que o M assume um outro fonema ao invés de produzir
apenas um som junto à vogal – e isso ocorre, por exemplo, na segunda sílaba
dessas duas palavras (“também” e “ontem” –, nesses casos, AM e EM são
considerados ditongos decrescentes nasais [ey]. Assim, é correta a opção [E].
16) Resposta: A
Gabarito Comentado:
A presença de um dígrafo
(“rr”) em “derradeira” faz com que essa palavra tenha menos fonemas do que
“seresteiros”, embora o número de letras seja igual.
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