terça-feira, 31 de março de 2020

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


Sufixos

Sufixos que formam nomes de ação

-ada - caminhada-ez(a) - sensatez, beleza
-ança - mudança-ismo - civismo
-ância - abundância-mento - casamento
-ção - emoção-são - compreensão
-dão - solidão-tude - amplitude
-ença - presença-ura - formatura

Sufixos que formam nomes de agente

-ário(a) - secretário
-eiro(a) - ferreiro
-ista - manobrista
-or - lutador
-nte feirante
Além dos sufixos acima, tem-se:
-aria - churrascaria
-ário - herbanário
-eiro - açucareiro
-il - covil
-or - corredor
-tério - cemitério
-tório - dormitório


Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção
-aço - ricaço
-ada - papelada
-agem - folhagem
-al - capinzal
-ame - gentame
-ario(a) - casario, infantaria
-edo - arvoredo
-eria - correria
-io - mulherio
-ume - negrume

Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência
-itebronquite, hepatite (inflamação)
-omamioma, epitelioma, carcinoma (tumores)
-ato, eto, itosulfato, cloreto, sulfito (sais)
-inacafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais)
-olfenol, naftol (derivado de hidrocarboneto)
-iteamotite (fósseis)
-itogranito (pedra)
-emamorfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística)
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples)


Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos
-ismo
budismo
kantismo
comunismo

Sufixos Formadores de Adjetivos

a) de substantivos
-aco - maníaco
-ado - barbado
-áceo(a) - herbáceo, liláceas
-aico - prosaico
-al - anual
-ar - escolar
-ário - diário, ordinário
-ático - problemático
-az - mordaz
-engo - mulherengo
-enho - ferrenho
-eno - terreno
-udo - barrigudo
-ento - cruento
-eo - róseo
-esco - pitoresco
-este - agreste
-estre - terrestre
-ício - alimentício
-ico - geométrico
-il - febril
-ino - cristalino
-ivo - lucrativo
-onho - tristonho
-oso - bondoso

b) de verbos
Sufixo
Sentido
Exemplos
-(a)(e)(i)nte
ação, qualidade, estado
semelhante, doente, seguinte
-(á)(í)vel
possibilidade de praticar ou sofrer uma ação
louvável, perecível, punível
-io, -(t)ivo
ação referência, modo de ser
tardio, afirmativo, pensativo
-(d)iço, -(t)ício
possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, referência
movediço, quebradiço, factício
-(d)ouro,-(t)ório
ação, pertinência
casadouro, preparatório

Sufixos verbais

Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos.
Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo da terminação-arExemplos:
esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.
Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. Veja:
-ar: cruzar, analisar, limpar
-ear: guerrear, golear
-entar: afugentar, amamentar
-ficar: dignificar, liquidificar
-izar: finalizar, organizar

Observe este quadro de sufixos verbais:
Sufixo
Sentido
Exemplo
-ear
frequentativo, durativo
cabecear, folhear
-ejar
frequentativo, durativo
gotejar, velejar
-entar
factitivo
aformosentar, amolentar
-(i)ficar
factitivo
clarificar, dignificar
-icar
frequentativo-diminutivo
bebericar, depenicar
-ilhar
frequentativo-diminutivo
dedilhar, fervilhar
-inhar
frequentativo-diminutivo-pejorativo
escrevinhar, cuspinhar
-iscar
frequentativo-diminutivo
chuviscar, lambiscar
-itar
frequentativo-diminutivo
dormitar, saltitar
-izar
factitivo
civilizar, utilizar

Radicais gregos e latinos

Radicais e prefixos Gregos
Lista de alguns dos principais radicais e prefixos gregos:
Radicais latinos: 
RadicalSentidoExemplo
acroalto, elevadoacrobata
aeroaraeronáutica
agogoo que conduzpedagogo
algiadornevralgia (nervo + dor)
amaxocarroamaxofobia (carro + aversão)
androhomemandróide
antropohomemantropologia
arcaio/ arqueoantigoarqueologia
arquiagovernomonarquia
autopor si mesmoautomóvel
bibliolivrobiblioteca
biovidabiologia
cacomaucacofonia
calibelocaligrafia
cardiocoraçãocardiologista
cefalocabeçaacéfalo (ausência + cabeça)
cloroverdeclorofila
cosmomundocosmonauta
cronotempocronômetro
demopovodemagogo
dermapeledermatologia
filoamigofilosofia
fobiamedo/aversãoacrofobia
fonesom/voztelefone
gamiacasamentopoligamia
gastroestômagogastrologia
grafoescrever/descreverdatilografia
hidroáguahidrofobia
hipocavalohipódromo
litopedraaerólito
manciaadivinhaçãoquiromancia
metromedidahidrômetro
morfoformamorfologia
necromortenecrotério
neonovoneologismo
oligopoucosoligarquia
pedcriançapediatra
pleocheiopleonasmo
policidadeacrópole
proto
primeiro
protótipo
pseudofalsopseudônimo
psicoalmapsicologia
rizoraizrizotônico
sofiasabedoriafilosofia
taquirápidotaquicardia
teodeusteologia
topolugartopologia
xenoestranho, estrangeiroxenofobia
zooanimalzoologia

Prefixos de origem grega:
PrefixoSentidoExemplo
a-, an-negaçãoateu, anarquia
ana-inversãoanagrama
anfi-duplicidadeanfíbio
anti-ação contráriaantipatia
apo-separaçãoapóstata
arque-, arqui-, arce-superioridadearquétipo, arcebispo
catamovimento para baixocataclismo
dia-movimento atravésdiagonal
dis-dificuldadedispnéia
e-, en-posição internaelipse, encéfalo
ec-, ex-posição superior, movimento para foraeclipse, exorcismo
endo-posição interiorendoscopia
epi-posição superiorepitáfio, epiderme
eu-bem, bomeufemismo
hiper-excesso, posição superiorhipertensão
hipo-deficiênciahipodérmico
meta-mudança, transformaçãometamorfose, metáfora
para-ao lado de, proximidadeparalelo
peri-em torno deperímetro
pro-anteriormenteprólogo, prognóstico
sin-simultaneidadesimpatia, sincrônico


Fonte:
SILVA, Marina Cabral da. "Radicais e Prefixos gregos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/radicais-prefixos-gregos.htm. Acesso em 31 de março de 2020.

quarta-feira, 25 de março de 2020

FONÉTICA E FONOLOGIA



2)
Resultado de imagem para HAGAR PRISIONEIRO


Analise as afirmações relacionadas a "Às vezes, o rei concede ao prisioneiro redução da pena por bom comportamento".

I. A fala expressa-se por meio de uma frase, um período composto e duas orações.
II. O fonema /z/ aparece representado por duas letras diferentes.
III. O fonema /s/ aparece representado por uma mesma letra.

Está(ão) correta(s)

A) apenas I.

B) apenas lI.

C) apenas III.

D) apenas I e II.

E) apenas I e III.



3) Renúncia  (Manuel Bandeir

Chora de manso e no íntimo... Procura
Curtir sem queixa o mal que te crucia:
O mundo é sem piedade e até riria
Da tua inconsolável amargura.
Só a dor enobrece e é grande e é pura.
Aprende a amá-la, que a amarás um dia.
Então ela será tua alegria,
E será, ela só, tua ventura...
A vida é vã como a sombra que passa...
10             Sofre sereno e d’ alma sobranceira
Sem um grito sequer, tua desgraça.
Encerra em ti tua tristeza inteira,
E pede humildemente a Deus que a faça
Tua doce e constante companheira...

(Poesia Completa e Prosa. Cia. José Aguilar Editora, Rio de Janeiro, 1967)
Analisando foneticamente algumas palavras do texto acima, é possível reconhecer como adequada a afirmação no sentido de que 




A) na palavra "queixa", encontramos um tritongo e uma letra diacrítica.

B) no vocábulo "inconsolável", existem dois dígrafos vocálicos.
C) em "sobranceira",  existe um ditongo oral crescente.
D) em "sequer", o "u" é letra etimológica.
E) em "Deus", há duas vogais formando um hiato.


4) LUA ADVERSA 
(Cecília Meireles)

Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
Tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm
No secreto calendário
Que um astrólogo arbitrário
Inventou para meu uso.

E roda a melancolia
Seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
Não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
O outro desapareceu.

(Vaga Música. Aguilar Editora, Rio de Janeiro, 1972)

A afirmação que os estudos fonéticos ratificam , a partir de palavras do texto acima, é


A) Em "um" , há  um ditongo fonético

B) Em "alguém", existe um ditongo crescente oral.

C) Em "meu", há ditongo crescente nasal

D) Em "perdição", existe um ditongo decrescente nasal.
E) Em "não" e "dia", existem hiatos.


5)
 Resultado de imagem para BUSINESS INTERCONTINENTAL IBERIA
 Business Intercontinental da Iberia.
 Mais espaço entre as poltronas.

 Viajar virou sinônimo de relaxar. Principalmente quando você tem à sua disposição uma poltrona de design ergonômico com maior capacidade para reclinar e 132 cm de espaço entre a sua poltrona e a da frente. Além disso, você conta com mais de 300 salas VIP em aeroportos no mundo todo e pode acumular e utilizar pontos no seu programa de milhagens voando com qualquer linha aérea da aliança oneworld. Sorria.

Assinale a única opção correta, de acordo com a sequência a seguir:  ditongo decrescente – ditongo crescente – hiato – dígrafo

A) virou – seu – aeroportos -  quando.

B)  seu – virou – voando – aliança.

C) virou – quando – aliança – pontos.

D) sua – seu – aeroportos – poltrona.

E) qualquer – seu – aliança – com.


6) ANEDOTA BÚLGARA 
Era uma vez um czar naturalista
Que caçava homens.
Quando lhe disseram que também se caçam 
                                    [borboletas e andorinhas,
ficou muito espantado
e achou uma barbaridade.

                                    (Carlos  Drummond de Andrad

Sobre os componentes gráficos ou fonéticos relativos a palavras constantes dos versos de Drummond, é possível identificar


A) a letra "u" com o mesmo valor fonético em todos os vocábulos em que aparece.   
B) o mesmo número de fonemas, em "borboletas" e "andorinhas"
C) um mesmo fonema, no vocábulos "czar" e  "que".
D) o fonema /s/, sempre com a mesma representação gráfica. 
E) a letra "h", em "homens", considerada diacrítica. 


7) 
  


 Na interrogação formulada na tira acima, é possível inferir que o falante



A) desconhece elementos gramaticais dó âmbito da sintaxe. 
B) não sabe utilizar corretamente um fonema da língua portuguesa.
C) confunde-se com a representação gráfica de um fonema.  
D) manifesta uma dúvida inconcebível dentro do sistema gráfico da língua. 
E) ignora de modo absoluto regras simples do campo da morfologia.


8) Qual o jeito correto de pronunciar Roraima?
Por Marina Bessa

“Roráima” ou “Rorâima”, como você preferir. É que, segundo os linguistas, as regras fônicas de uma palavra são regidas pela língua falada. Portanto, não há certo ou errado. Há apenas a maneira como as pessoas falam.

O que se observa na língua portuguesa falada no Brasil é que sílabas tônicas que vêm antes de consoantes nasalizadas (como “m” ou “n”) também se nasalizam (aperte o seu nariz e repita a palavra cama. Sentiu os ossinhos vibrarem? É a tal nasalização). Por isso, a gente diz “cãma” – o “ca” é a sílaba tônica e o “m” é nasalizado. Se a sílaba que vier antes dessa mesma consoante não for uma sílaba tônica, a pronúncia passa a ser opcional: você escolhe – “bánana” ou “bãnana”.

No caso de Roraima, a sílaba problemática (“ra”) é tônica e vem antes do “m”. Mas aí entra em cena o “i”, que acaba com qualquer regra. A mesma coisa acontece com o nome próprio Jaime: tem gente que nasaliza, tem gente que não. Então, fique tranquilo: se você sempre falou “Rorâima”, siga em frente – ninguém pode corrigi-lo por isso. No máximo, você vai pagar de turista se resolver dar umas voltas por lá – os moradores do estado, não adianta, são unânimes em falar “Roráima”.

Disponível em: <super.abril.com.br/cultura/qual-jeito-corretopronunciar-roraima-447648.shtml>.

Indique a alternativa FALSA em relação ao texto.
A) As palavras andaime e Elaine são exemplos que comprovam que a presença do “i” acaba com a regra para explicar o fenômeno, conforme mencionado no segundo parágrafo.   
B) Nas entrelinhas, o texto mostra que a variação na pronúncia dos sons que compõem as palavras do vocabulário é um fenômeno próprio das línguas.
C) O título do texto induz o leitor a esperar uma resposta que exclua uma das possibilidades de pronúncia, mas essa expectativa acaba sendo contrariada.
D) A pronúncia da primeira sílaba da palavra camareira pode ou não ser nasalizada, pelo mesmo motivo que justifica o fato com a palavra banana.
E) Pela regra apresentada no segundo parágrafo, pode-se deduzir que as palavras Ana, pano e cano são sempre pronunciadas com a primeira vogal nasalizada.   


9) Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade.

                        LAGOA

            Eu não vi o mar.
            Não sei se o mar é bonito,
            não sei se ele é bravo.
            O mar não me importa.
            Eu vi a lagoa.
            A lagoa, sim.
            A lagoa é grande
            e calma também.
            Na chuva de cores
            da tarde que explode
            a lagoa brilha
            a lagoa se pinta
            de todas as cores.
            Eu não vi o mar.
            Eu vi a lagoa...


Observe as frases:

            "Eu não vi o mar".
            "Eu não vi Omar".

Evidentemente, a segunda frase não caberia no poema pela construção semântica "mar × lagoa". No entanto, tomado o verso fora do contexto do poema, o seu entendimento poderia ser prejudicado. Isso decorre do fato de:
A) a construção frasal ser semelhante, apesar de haver diferenciação na pronúncia das palavras.
B) haver uma coincidência na seleção de fonemas entre as duas frases, o que leva à idêntica pronúncia.
C) não haver equivalência entre os fonemas de ambas as frases, o que as torna bastante ambíguas.
D) haver duas unidades linguísticas (o mar) sendo retomadas por uma (Omar) de pronúncia diferente.
E) haver diferença na quantidade de letras nas duas frases, mas equivalência de fonemas entre elas.   


10) Chapeuzinho Vermelho e o lobo

            Pois é! Estava 1eu em 2minha casa, pois, como sabem, a mata é a única casa que 4tenho, quando vi uma menina 6branquela e com horroroso 10chapeuzinho vermelho caminhando 8displicentemente e levando uma sacola debaixo do braço. “Puxa, bem que será capaz de atirar copos e garrafas plásticas sem cuidado na minha mata e 5devo adverti-la para que tenha cuidado e respeito ao meio 13ambiente”. Assim pensando, dirigi-me à garota. Esta, entretanto, ao 3me ver, gritou horrorizada:
            — Meu Deus! Meu Deus! Um terrível 17lobo. E, em desespero, nem deu tempo para explicação e saiu correndo em disparada.
            Fiquei sinceramente ofendido, magoado mesmo, mas refleti: “É ainda uma criança, nada 12sabe sobre a beleza animal e de nada adiantarão meus ecológicos conselhos”. Deduzindo que por certo iria 11até a casa da velhota lá perto do riacho, cortei caminho e me antecipei, tentando argumentar com sua avó adulta. Foi inútil. Esta, ao me ver, gritou com igual 14pavor e já ia avançando sobre a espingarda, quando, em último recurso, tive de devorá-la. Aí pensei: “Se a garota chega e me encontra em meus trajes habituais, por certo vai continuar a me ofender e não me dará ouvidos”. Foi por esse motivo que, 9depressa, vesti as roupas da velha e cobri-me em sua cama.
            Pois não é que a menina, assim que me viu e pensou ser a avó, continuou sua sessão de ofensas e desmoralizações. Foi logo dizendo:
            — Meu Deus, 15vovó, como seus olhos estão 7horrorosos...
            Essa dura crítica mexeu com minha autoestima e ofendeu-me até a última gota de sangue. Sei que não tenho os olhos de Brad Pitt, mas ainda assim lutei contra a revolta e, com doçura, argumentei:
            — São para melhor enxergá-la, meu amor...
            Foi inútil essa demonstração de 16afeto. A garotinha continuou a escandalizar meus ouvidos, minha respiração, meus sentimentos, até o limite máximo da tolerância, quando, esmagado por tantas ofensas, devorei-a também.
            O final da história 18vocês conhecem... veio o caçador, abriu-me a barriga, salvando a Chapeuzinho e a avó e aqui me largando ensanguentado e à morte. Tudo em nome da ecologia! Não é um absurdo?

ANTUNES, Celso. Casos, Fábulas, Anedotas ou Inteligências, capacidades, competências. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 51-52. (adaptado)

 Segundo estudiosos da gramática da língua portuguesa, em quase todo território brasileiro, e e o átonos, em final de palavra, correspondem, respectivamente, aos fonemas /i/ e /u/. Esse fenômeno é conhecido como redução da vogal. Entretanto, se e e o forem tônicos, o fenômeno da redução não ocorre (FARACO e MOURA, 2003). A alternativa em que ambas as palavras, no contexto em que foram usadas, apresentam condições para a ocorrência do fenômeno redução da vogal é
A) “vermelho” (ref. 10) e “displicentemente” (ref. 8).    
B) “até” (ref. 11) e “sabe” (ref. 12).
C) “ambiente” (ref. 13) e “pavor” (ref. 14).
D) “vovó” (ref. 15) e “afeto” (ref. 16).    
E) “lobo” (ref. 17) e “vocês” (ref. 18).


11) Dia da Proclamação da República

Há exatos 125 anos, em 15 de novembro de 1889, foi proclamada a república do Brasil.
Na época, o país era governado por D. Pedro II e passava por grandes problemas, em razão da abolição da escravidão, em 1888.
Como os negros não trabalhavam mais nas lavouras, os imigrantes começaram a ocupar seus lugares, plantando e colhendo, mas cobravam pelos trabalhos realizados, o que gerou insatisfação nos proprietários de terras.
As perdas também foram grandes para os coronéis, pois foi gasta uma enorme quantidade de dinheiro investindo nos escravos, e o governo, após a abolição, não pagou nenhuma indenização a eles.
A guerra do Paraguai (1864 a 1870) também ajudou na luta contra o regime monárquico no Brasil. Soldados brasileiros se aliaram aos exércitos do Uruguai e da Argentina, recebendo orientações para implantarem a república no Brasil.
Os movimentos republicanos também já aconteciam no país, a imprensa trazia politização para a população civil, para lutarem pela libertação do país dos domínios de Portugal. Com isso, vários partidos teriam sido criados, desde 1870.
A Igreja também teve sua participação para que a república do Brasil fosse proclamada. Dois bispos foram nomeados para acatarem as ordens de D. Pedro II, tornando-se seus subordinados, mas não aceitaram tais imposições. Com isso, foram punidos com pena de prisão.
Com as tensões aquecendo o mandato de D. Pedro II, o imperador dirigiu-se com sua família para a cidade de Petrópolis, também no estado do Rio de Janeiro.
Porém seu afastamento não foi nada favorável, fazendo com que fosse posto em prática um golpe militar, onde o Marechal Deodoro da Fonseca conspirava a derrubada de D. Pedro II.
Boatos de que os responsáveis pelo plano seriam presos fizeram com que a armada acontecesse, recebendo o apoio de mais de seiscentos soldados.
No dia 15 de novembro de 1889, ao passar pela Praça da Aclamação, o Marechal, com espada em punho, declarou que, a partir daquela data, o país seria uma república.
Dom Pedro II recebeu a notícia de que seu governo havia sido derrubado e um decreto o expulsava do país, juntamente com sua família. Dias depois, voltaram a Portugal.
Para governar o Brasil República, os responsáveis pela conspiração montaram um governo provisório, mas o Marechal Deodoro da Fonseca permaneceu como presidente do país. Rui Barbosa, Benjamin Constant, Campos Sales e outros foram escolhidos para formar os ministérios.

(FONTE: Jussara de Barros, http://www.brasilescola.com-Texto Adaptado)
  Sobre a palavra quantidade, afirma-se que: 
A) Tem o mesmo número de letras e de fonemas.
B) Tem um dígrafo vocálico.
C) Possui um encontro consonantal.
D) Possui dois dígrafos.
E) Tem oito fonemas.


12) A lenda da mandioca (lenda dos índios Tupi)

Nasceu uma indiazinha linda, e a mãe e o pai tupis espantaram-se:
– Como é 7branquinha 1esta criança!
E era mesmo. Perto dos outros curumins da taba, parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani. Mani era 2linda, 8silenciosa e 3quieta. Comia 4pouco e pouco bebia. Os pais preocupavam-se.
– Vá brincar, Mani, dizia o pai.
– Coma um 5pouco mais, dizia a mãe.
Mas a menina continuava quieta, cheia de sonhos na cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma bela manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas a menina. Mas não atinava com o que tinha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.
E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.
– Que planta será esta? Perguntaram, admirados. Ninguém a conhecia.
– É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios.
E continuaram a regar o 9brotinho mimoso. A planta desconhecida crescia depressa. 6Poucas luas se passaram, e ela estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno.
– A terra parece fendida, comentou a mãe de Mani.
– Vamos cavar?
E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta!
– Vamos chamá-la 10Mani-oca, resolveram os índios.
– E, para não deixar que se perca, vamos transformar a planta em alimento!
Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos no chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. Até hoje entre os índios do Norte e Centro do Brasil é este um alimento muito importante.
E, em todo Brasil, quem não gosta da plantinha misteriosa que surgiu na casa de Mani?

Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas brasileiras, n. 7, 2. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1977. (adaptado)

Considerando princípios ortográficos, fonológicos e morfológicos da língua portuguesa, considere as afirmativas a seguir.

I. Se inserido acento na sílaba final de “esta” (ref. 1), altera-se a tonicidade, mas mantém-se inalterada a classe de palavra.
II. Em “linda” (ref. 2), assim como em “quieta” (ref. 3), verifica-se ocorrência de um fonema representado por duas letras.
III. Diferentemente de “pouco” (refs. 4 e 5), a palavra “Poucas” (ref. 6), flexiona-se para concordar com o nome que a acompanha.

As afirmativas corretas são
A) apenas I.
B) apenas II.   
C) apenas I e III.
D) apenas II e III.
E) I, II e III.


13) Dígrafo é o grupo de duas letras formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma vogal com uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Nas palavras “também” e “ontem”, observa-se que há, para cada palavra, respectivamente,
A) dígrafo – dígrafo/dígrafo – dígrafo.   
B) ditongo nasal – ditongo nasal/ditongo nasal – ditongo nasal.
C) dígrafo – ditongo nasal/ditongo nasal – dígrafo.   
D) ditongo nasal – dígrafo/dígrafo – ditongo nasal.
E) dígrafo – ditongo nasal/dígrafo – ditongo nasal.    


16) LUNIK 9 ( Gilberto Gil)
Lá se foi o homem Conquistar os mundos Lá se foi Lá se foi buscando A esperança que aqui já se foi Nos jornais, manchetes, sensação Reportagens, fotos, conclusão: A lua foi alcançada afinal Muito bem Confesso que estou contente também  A mim me resta disso tudo uma tristeza só Talvez não tenha mais luar Pra clarear minha canção O que será do verso sem luar? O que será do mar Da flor, do violão? Tenho pensado tanto, mas nem sei  Poetas, seresteiros, namorados, correi É chegada a hora de escrever e cantar Talvez as derradeiras noites de luar

O confronto entre as palavras  “seresteiros” e “derradeiras”, presentes na última estrofe da composição acima,  mostra-nos que o conceito de letra é diferente do conceito de fonema  porque
A) ambas as palavras têm 11 letras, mas "derradeiras" tem um fonema a menos.

B)  ambas as palavras têm 11 letras, mas "seresteiro" tem um dígrafo, e "derradeira" não.


C) em função do dígrafo consonantal “rr”,  "derradeira" tem um fonema a mais.

D)  é diferente o valor fonético do fonema /r/, nas duas palavras.

E)  embora nas duas palavras o número de fonemas seja o mesmo, o de letras não é.


Gabarito


2) Resposta: B
Gabarito Comentado:
O fonema /z/ aparece representado pela letra z (vezes) e pela letra s (prisioneiro).


3) Resposta: B
Gabarito Comentado:
Os dígrafos vocálicos são "in" e "on". Não há tritongo em "queixa". O ditongo em "sobranceira" é decrescente. O "u" em "sequer" é letra diacrítica. Em "Deus", há um ditongo, e não um hiato. 


4) Resposta: D
Gabarito Comentado:
A representação fonética, no caso, é /perdisãw /, na qual , pela ordem, temos uma vogal ( /ã/ ) e uma semivogal ( /w/ ).


5) Resposta: C
Gabarito Comentado:
Veja a representação fonética, que justifica a resposta:  /virow/  , /kwâdo /,  /aliãnsa/ , /põtos/



6) Resposta: C
Gabarito Comentado:
Trata-se do fonema /k/ , existente em /kzar/ e /ke/. 
A letra "u" não tem o mesmo valor fonético: é letra diacrítica em "que", vogal oral em "uma",  semivogal em "achou" etc.
"Borboletas" tem 10 fonemas e "andorinhas" tem 8 (possui 2 dígrafos).
O fonema /s/ apresenta-se representado graficamente por "s" , "ç" e "ss" (naturalista, caçava e disseram).
A letra "h" não é diacrítica,  é etimológica.



7) Resposta: C
Gabarito Comentado:
O falante , em uma dúvida razoável (e não inconcebível) , não sabe se, na palavra "jiboia", o fonema /j/ é representado graficamente pela letra "g" ou pela letra "j".
Não se trata de assunto relativo à sintaxe ou à morfologia da língua.
O falante utiliza corretamente o fonema, pois pronuncia adequadamente a palavra: desconhece a letra a empregar. 


8) Resposta: A
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra A.
A menção à presença do “i”, responsável por acabar com “qualquer regra”, é feita no terceiro parágrafo.


9) Resposta: B
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra B.
Como há uma coincidência entre os fonemas, a pronúncia passa a ser idêntica nos dois casos. A cacofonia permite essa coincidência.


10) Resposta: A
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra A.
Nas palavras “até”, “pavor”, “vovó” e “vocês” das alternativas [B], [C], [D] e [E], respectivamente, não ocorre o fenômeno de redução da vogal, pois os fonemas e e o são tônicos. A única alternativa em que a redução acontece é [A]: “vermelho” e “displicentemente”.


11) Resposta: B
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra B.
As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois a palavra “quantidade”
[A] apresenta 10 letras e 9 fonemas;
[C] possui encontro vocálico crescente nasal (quantidad;
[D] possui apenas um dígrafo (quantidad;
[E] tem 9 fonemas.


12) Resposta: D
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra D.
[I] Falsa. “Esta” é um pronome demonstrativo; caso a palavra seja acentuada na sílaba final, encontra-se “está”: alteram-se a tonicidade (passa de paroxítona à oxíton e a classe de palavra (passa de pronome demonstrativo a verbo).
[II] Verdadeira. Em “linda”, as letras “i” e “n” correspondem a um fonema: / i /, ou seja, ocorre a nasalização do “i”, formando um dígrafo vocálico. Já em “quieta”, as letras “q” e “u” correspondem a um fonema: /k/, ou seja, forma-se um dígrafo consonantal.
[III] Verdadeira. Há diferentes classes de palavras sendo comparadas: “pouco” é um advérbio de intensidade tanto na referência 4 como na 5; já “poucas” é um pronome indefinido, motivo pelo qual concorda com o substantivo “luas”.


13) Resposta: E
Gabarito Comentado:
O gabarito é a letra E.
Os dígrafos vocálicos são formados por uma vogal seguida pelas letras M ou N, pois permitem que as vogais tenham um fonema com articulação nasalada, como acontece na primeira sílaba das palavras “também” e “ontem”. No entanto, os encontros entre as letras AM ou EM podem não ser dígrafos, pois sempre que o M assume um outro fonema ao invés de produzir apenas um som junto à vogal – e isso ocorre, por exemplo, na segunda sílaba dessas duas palavras (“também” e “ontem” –, nesses casos, AM e EM são considerados ditongos decrescentes nasais [ey]. Assim, é correta a opção [E].



16) Resposta: A
Gabarito Comentado:
      A presença de um dígrafo (“rr”) em “derradeira” faz com que essa palavra tenha menos fonemas do que “seresteiros”, embora o número de letras seja igual.